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Inconstância

Essa angústia de pessoas.Escorregando

Essa felicidade volátil.

Nesse mundo de montanha-russa.

 

Quero sentir tudo.

Com o medo nas mãos.

Com a coragem de atirá-lo pela janela.

 

Essa razão me veste bem.

Mesmo que não me pertença sempre.

Nessas horas, faço a ser minha.

 

Esse amor de amar eternamente.

Prefiro a paixão do efêmero sentimento.

Saber que é para sempre enjoa.

Uma risada entre coisas que não fazem sentido bem no meio de uma conversa sobre o futuro logo antes de uma tese sobre o passado que não houve risada alguma pelo contrário houve tensão e se exaltaram mas logo depois estavam abraçados e rindo de novo sim de novo sobre aquilo que apenas surgiu na nossa mente sem silêncio sem tempo para realmente analisar sem espaço Respira!sem vírgula sem porquê e muito menos sem o menor sentido apenas sensações que nos fazem bem e não vem com uma explicação inerente ou exata para tudo o que bem nos acontece só porque muitas vezes nos falta fôlego e a vida está cada vez mais sem pausa para acontecer porque tudo está em excesso sem a menor intenção de um ponto final

Ria!São nossas perspectivas de futuro que nos deixam felizes. Mesmo que esse futuro é logo ali, daqui a cinco minutos. É uma pena que ainda tem tanta gente que insiste em ver os problemas e não uma só solução. O segredo? Dê valor a todas as menores coisas possíveis de sua vida. Soa clichê, mas garanto que será mais feliz.

Estava sentado na plataforma do metrô completamente alheio a tudo e a todos. Apenas esperando um trem para continuar meu caminho.
Era tarde e a estação estava quase que em um silêncio surpreendente e com poucas pessoas próximas ao meu assento na plataforma.

 

“Com licença”, disse alguém ao se sentar no banco ao lado do meu. Era um rapaz bem apessoado e que, para meu completo espanto, logo já começou a dizer:

 

– Você sempre quis voar. E se eu dissesse que isso pode ser arranjado, toparia?

 

Eu ri meio sem graça e meio com medo, e apenas disse: “Desculpe, mas não entendi.” Mas é claro que eu tinha entendido e muito bem.

O rapaz apenas continuou:
-Você quer voar?

 

Eu, tentando soar descontraído e que aquela conversa nao estava meMancha soando nada bizarra, apenas consenti, mas disse que nesse mundo ainda é impossível voar sem nenhum equipamento atrelado ao indivíduo.

Quanto a isso ele garantiu que poderia dar um jeito, só quis, sem nenhuma explicação aparente, confirmar um sonho meu. Eu confirmei e disse que sim, adoraria poder voar. Mas daí veio a restrição:

 

– E se eu lhe dissesse que você não iria poder voar mais alto do que apenas 5 palmos do chão?

 

Logo pensei que seria uma droga. Qual a graça de voar sem poder tocar os céus? Sem poder abraçar as estrelas no cair da noite? Mas, enfim, nao teria nada a perder, ainda assim seria una experiência única, então eu apenas respondi que não faria diferença.

 

– Então, meu caro, que voe!

 

Pouco antes de levantar ele apenas comentou:

 

-Mas me diga só uma última coisa, e se você  pudesse escolher entre voar a cinco palmos ou ter para si 1 milhão de moedas de ouro?

 

Sem hesitar, ri de forma sarcástica e disse: Que venha o dinheiro!

 

O rapaz apenas balançou a cabeça em sentido afirmativo, levantou-se e entrou no trem que ia para a direção oposta a minha. Não se despediu e nem disse uma palavra sobre essa conversa sem sentido dos últimos 5 minutos. Fui para casa apenas sem entender e rindo de mim mesmo.

 

Em meu quarto, de alguma forma que não me surpreendeu tanto, lá estavam, em exatos 27 sacos pretos enormes, 1 milhão de pequenas moedas de ouro.

 

Pirei. Ri. Não acreditei. Chorei. Tranquei a porta. Não falei para ninguém. Fiquei com medo. Fiquei feliz. Fiquei muito feliz. Chequei as janelas. Todas fechadas. Fiquei aliviado. Fiquei apavorado. Alo? É da pizzaria? Uma meia marguerita e meia catupiry com frango, por favor. Meia hora? Tá legal. Me traz troco para cinquenta? Ok, obrigado. Ri. Ri muito!

Gastei uma por uma. Muitas foram muito bem aplicadas, outras nem tanto. Algumas vezes fui superficial e comprei para o meu prazer coisas que eu nem sequer vou usar mais, e eu bem sabia que isso ia ocorrer. Em outras vezes ajudei pessoas, fiz doações e também fui assaltado. Bom, pelo menos ajudei indiretamente um marginal qualquer.
Fiz tudo o que eu queria e até o que eu nem sabia que um dia ia querer. Mas agora acabou.
Acabaram-se as moedas e eu estou aqui com algo que não sai da minha mente.
Aprovetei muito esses últimos anos de ouro e vida farta, mas fiz tudo o que qualquer um podia fazer um dia na vida. Fiz tudo o que o dinheiro compra.

 

E continuo com os pés no chão.
Nunca mais poderei voar.
De repente cinco palmos me pareceram uma altura tão grande.
Eu hesitei. De novo, eu hesitei.

 

Maldita seja essa insatisfação crônica do ser humano!

 

Eu quero voar.

Eu prometo, ou não

Prometo que vou errar.Reze!

Vou machucar alguém.

Vou pensar em algo inteligente,

mas me fazer de bobo.

 

Prometo não ser perfeito.

Correr nos corredores quando todos apenas caminham.

Fumar dentro do quarto que não é meu.

Pular dentro do elevador só porque eu sei que você tem medo.

 

 

Não quero ser diferente, não.

Não quero acertar o tempo todo.

Qual a graça de não saber o que não se pode fazer?

Quero ser o vilão de última hora.

 

Prometo ser feliz e me sentir bem,

mas não prometo ser tudo isso.

Não agora.

O que não foi dito

Sem saber que suas meias verdades eram mentiras inteiras ele ficou triste por perceber, enfim, que sua vida já não estava mais estabilizada. É preciso um novo equilibrio.

 

Bum!

Realmente virtual

Há quem goste  do que ele esboça em suas conversas pessoais, principalmente naquelas mais sinceras, quando você não tem nem muito o que dizer por não achar que vai estar a altura de seus pensamentos, que são completamente únicos e muito bem pensados. Ele transmite pessoalmente essa clareza e certa lucidez sobre as coisas da mesma forma que pela Internet, mas de maneira mais contida, menos medida, ora menos precisa também. Pela Internet ele já tem tempo de alinhar seus pensamentos, pode medi-los, compará-los, descartá-los, selecioná-los e saber qual realmente deve ir para a rede. Na Internet ele é regrado. Alguns diriam até que é mais metódico, frio e realista demais em um mundo meramente virtual.
     Máscara
Esse mundo lhe seduz, lhe encanta e agrada por ser ele que sempre lhe salvou de si mesmo. Foi esse mundo que lhe tirou medos, que ajudou em conquistas, mas que também trouxe muitas tristezas. Mas são tristezas que só doem se você as trouxer para o mundo real. A Internet pode ser muito boa quando você quer enganar a si mesmo também. Ela ilude tanto a pessoa do outro lado da conversa quanto a você mesmo. É algo um tanto que assustador.
Foi-se assim criado, por nós mesmos, claro, uma sensação maior de controle sobre as pessoas, sobre as coisas e sobre tudo o mais que tenha um “www” ou “@” no meio. Às vezes conseguimos manipular nossos fantoches nesse meio intangível, mesmo que sejam marionetes hipotéticas, mas nos damos o prazer de, mesmo que por alguns minutinhos, estarmos no controle e nada virá de surpresa.

 

São somente trocas de máscaras. É preciso apenas nunca deixar nenhuma cair.

  

O mocinho sobrevive às adversidades, dribla os perigos, conquista a donzela e a salva de um prédio em chamas seguido de um beijo de quatro ângulos diferentes. Aí, logo depois vem o letreiro: “The End” no mais escrachado dos finais felizes.

Clichês que até hoje seguem a risca em tantos blockbusters e enlatados por aí. Classic

Clichês, sim, mas quem não quis um dia bem vivê-los, não é verdade? Quem não quis ser herói ou bandido? Quem não quis ser paixão e ódio? Quem nunca quis ser um espetáculo particular?

 

Eu já quis protagonizar a própria vida com efeitos especiais. Eu já quis ter um amor impossível ou apenas conseguir voar. Já me vi salvando amigos, derrotando inimigos e me sentido bem com isso.  Já fui vilão também, já fiz o que não devia e gostei. Já fui tantos personagens. Na verdade, ainda sou alguns.

Eu já morri também e me vi lá de cima, com um alívio enorme de ter tido a vida que eu queria, com uma felicidade boba de que tudo aquilo, até o último momento, valeu a pena.

 

Só nunca chorei nos finais tristes. Há tanto tempo que não choro. Talvez tenha apenas desaprendido a faze-lo.

Olho primeiro meus olhos. Estão ali alinhados. Depois olho o cabelo e a barba. Esses dois já não prometem estar comportados, é cada um pra um lado em movimentos que não condizem a nada.

CrushVou descendo para a boca, pulo uma espinha, bato o olho na cicatriz e lembro das demais. Checo elas também, todas bem. Mas espera aí. Tem algo entre os dentes, mas não chego muito perto para ver o que é, apenas coloco uma escova entre eles e me dou por satisfeito.

 

Esse cheiro do espelho me enjoa. É pesado e me faz lembrar de tudo o que eu não gostava em mim. Ou apenas me dá saudades.

Não é saudável chegar muito perto do espelho. Ele lhe mostra detalhes que só você ve, mas que não queria na verdade jamais ter conhecido. É um mundo refletido com detalhes a mostra. Não, não acho ser necessário.

Cada um com suas cicatrizes, são tão bonitas quando não lembramos delas.

 

Só sei que quando sinto seu cheiro, é porque cheguei perto demais.

 

Enfim, sós! Eu e minhas idéias aleatórias.

 

Depois de tantos anos, depois de tantas idéias e depois de tantos pensamentos, resolvi criar uma morada para que eles não continuem sem rumo. Daí me veio a mente: “Já sei! Vou fazer um blog! Meu, que idéia de gênio e super original!”. Esse pensamento foi lá por volta do ano 2001, onde os blogs estavam ainda na sua rastejante epopéia para um sucesso estrondoso! Para aqueles que lembram do Banheiro Feminino sabem bem do que estou falando. Um blog (que até então era apenas uma palavra inglesa desconhecida) com o dia a dia de uma mulher, ou menina, ou menina-mulher, não lembro! Mas lembro bem que foi um sucesso de acessos, tanto que foi comprado por um Portal On-line meses mais tarde. Quem diria que um diário público iria chamar tanta atenção? Bom, o Big Brother diria.

 

Para mim esse foi o começo de uma Era da não-privacidade. Diversos diários on-line começavam a pipocar pela rede e a incrível necessidade de chamar atenção subia em patamares elevados. Os psicólogos de plantão passaram a reinar na web também, com seus pensamentos filosóficos e elaborados, mesmo que por trás do nick “Dr. Conselheiro” estivesse uma criança de 12 anos de idade.

 

Mas, devaneios a parte, minha primeira vontade de criar um blog foi há quase 10 anos atrás. Quem diria que eu iria empurrar tanto com a barriga?

Coitado de meus pensamentos perdidos, das idéias sem teto e dos planos sem um final feliz.

 

Agora todos tem sua casa para morar! Prometo ser eu mesmo aqui em pensamento. Logo, prometo não fazer sentido nenhum. E se eu o fizer as vezes, peço desculpas. Nem sempre acertamos.