Há quem goste do que ele esboça em suas conversas pessoais, principalmente naquelas mais sinceras, quando você não tem nem muito o que dizer por não achar que vai estar a altura de seus pensamentos, que são completamente únicos e muito bem pensados. Ele transmite pessoalmente essa clareza e certa lucidez sobre as coisas da mesma forma que pela Internet, mas de maneira mais contida, menos medida, ora menos precisa também. Pela Internet ele já tem tempo de alinhar seus pensamentos, pode medi-los, compará-los, descartá-los, selecioná-los e saber qual realmente deve ir para a rede. Na Internet ele é regrado. Alguns diriam até que é mais metódico, frio e realista demais em um mundo meramente virtual.
Esse mundo lhe seduz, lhe encanta e agrada por ser ele que sempre lhe salvou de si mesmo. Foi esse mundo que lhe tirou medos, que ajudou em conquistas, mas que também trouxe muitas tristezas. Mas são tristezas que só doem se você as trouxer para o mundo real. A Internet pode ser muito boa quando você quer enganar a si mesmo também. Ela ilude tanto a pessoa do outro lado da conversa quanto a você mesmo. É algo um tanto que assustador.
Foi-se assim criado, por nós mesmos, claro, uma sensação maior de controle sobre as pessoas, sobre as coisas e sobre tudo o mais que tenha um “www” ou “@” no meio. Às vezes conseguimos manipular nossos fantoches nesse meio intangível, mesmo que sejam marionetes hipotéticas, mas nos damos o prazer de, mesmo que por alguns minutinhos, estarmos no controle e nada virá de surpresa.
São somente trocas de máscaras. É preciso apenas nunca deixar nenhuma cair.
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